Existe Espaço para a Saúde Mental Das Pessoas Com Deficiência no Trabalho?

Setembro é um mês especial para a conscientização sobre dois temas importantes: a valorização da vida e a inclusão das pessoas com deficiência. O Setembro Amarelo e o Setembro Verde são campanhas que buscam sensibilizar a sociedade sobre essas questões e promover ações de apoio, acolhimento e respeito.

O Setembro Amarelo surgiu com o objetivo de alertar sobre os fatores de risco para o suicídio e incentivar a busca por ajuda profissional. Durante esse mês, ações de conscientização sobre a saúde mental da população ajudam pessoas que sofrem com transtornos mentais, como depressão, ansiedade e bipolaridade, a receberem o tratamento adequado e o apoio da família, dos amigos e da comunidade.

O Setembro Verde, por sua vez, tem como propósito estimular a inclusão social das pessoas com deficiência e combater o preconceito e a discriminação. De acordo com o Censo 2010 do IBGE, cerca de 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência, seja física, mental, visual ou auditiva. Essas pessoas enfrentam diversos desafios para exercer seus direitos e participar plenamente da vida em sociedade. Por isso, é preciso garantir o acesso à educação, à saúde, ao trabalho, à cultura, ao lazer e à cidadania para esse segmento da população.

Setembro Verde, mês da inclusão social das pessoas com deficiência

Porém, pouco se fala sobre a saúde mental da população com deficiência no Brasil. As pessoas com deficiência enfrentam diversos desafios e barreiras no seu dia a dia, que podem afetar sua autoestima, sua autonomia e sua qualidade de vida. Além disso, muitas sofrem com o preconceito, a discriminação e a falta de acesso a serviços adequados de saúde, educação, trabalho e lazer.

Esses fatores podem gerar ou agravar problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade, estresse, isolamento, baixa autoconfiança, entre outros. E quando falamos sobre a relação das PcD com o mercado de trabalho, esses problemas tendem a piorar.

Pessoas com Deficiência Também Sofrem Burnout

Segundo o IBGE, apenas 1% dos trabalhadores brasileiros tem algum tipo de deficiência, o que mostra a baixa inclusão dessa população no mercado de trabalho. Ao tentar ingressar nesse mercado, os desafios no ambiente de trabalho são inúmeros, vão desde a falta de acessibilidade até a discriminação e o preconceito.

Patrícia Lorete, gestora em recursos humanos e consultora em capacitismo levantou a seguinte questão em uma entrevista para o jornal Estado de Minas:

“Infelizmente, algumas empresas ainda contratam apenas para cumprir a cota de pessoas com deficiência, sem proporcionar um ambiente acolhedor, inclusivo e com oportunidades reais de desenvolvimento. É importante que haja um compromisso genuíno com a inclusão de colaboradores com deficiência.”

O isolamento social é um dos sintomas sentidos por pessoas com deficiência em ambientes de trabalho não inclusivos

A falta de ambientes realmente inclusivos nas empresas leva esses profissionais a enfrentarem barreiras de acessibilidade, preconceito, capacitismo e exclusão, que dificultam sua integração e seu desenvolvimento na carreira. Essa situação pode gerar sentimentos de isolamento, frustração, baixa autoestima e desmotivação, afetando a saúde mental e a qualidade de vida desses trabalhadores.

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 apontam que 7 em cada 10 pessoas com deficiência que buscam um emprego estão fora do mercado de trabalho. A diferença também é percebida no salário, o rendimento médio das pessoas com deficiência era de R$ 1.639 mensais, enquanto o das pessoas sem deficiência era de R$ 2.619.

Investir em diversidade e a inclusão de pessoas com deficiência nas organizações é o primeiro passo para que essa realidade comece a se transformar. Promovendo um ambiente de trabalho mais justo, equitativo e acolhedor para todos os colaboradores, se constrói uma cultura de inclusão que beneficia não só as pessoas, como a empresa.

Uma pesquisa de McKinsey & Company aponta que empresas que investem na criação de ambientes de trabalho mais inclusivos e diversos performam melhor que seus concorrentes em até 33%. Organizações que investem em diversidade e inclusão são mais atrativas para consumidores, melhorando também a atração de talentos e satisfação dos colaboradores. Algumas empresas já vem inovando no mercado com soluções para a construção de ambientes de trabalho mais diversos.

Saúde Mental para Pessoas com Deficiência e Cuidadoras

A parceria entre a Insight Marcas Conscientes e a Conecta Diversidade vem buscando transformar a realidade do mercado, promovendo espaços de diálogo e atenção sobre a saúde mental da população com deficiência e de pessoas cuidadoras no seu ambiente de trabalho.

Construir uma cultura de inclusão começa com a compreensão de que pessoas possuem necessidades diferentes para se desenvolver plenamente. Isso beneficia não apenas as pessoas com deficiência e integrantes de famílias atípicas, mas a empresa como um todo, onde se constroem equipes mais engajadas, criativas e produtivas.

Carla Schultz é Diretora da Conecta Diversidade e idealizadora da Iniciativa Kids, programa que atende mais de 100 famílias atípicas
“Você que trabalha em RH, Saúde Mental, D&I: você está atento para a saúde mental dos seus colaboradores que são pais atípicos? Como estão esses pais que travam batalhas (silenciosas) que muita gente nem imagina para garantir a inclusão de seus filhos nas escolas e na sociedade?”
Carla Schultz – Diretora Conecta Diversidade

Ao cuidar da saúde mental dos trabalhadores com deficiência e das famílias atípicas, as empresas não só cumprem seu papel social, mas também se beneficiam de uma equipe mais engajada, criativa e produtiva. Além disso, contribuem para a construção de uma sociedade mais inclusiva.

E você? Quer levar para sua empresa o workshop de saúde mental para pessoas com deficiência e famílias atípicas? Entre em contato com a Insight que estamos fechando a agenda com valores diferenciados para Workshops acontecendo em Setembro.

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